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quinta-feira, junho 5, 2025

Pesquisa da Ufal transforma resíduos da cana em energia limpa e aponta caminhos para indústria alagoana

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Uma pesquisa inovadora realizada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está transformando resíduos da indústria sucroalcooleira — como vinhaça e melaço — em bio-hidrogênio, uma fonte de energia limpa e renovável. O estudo, conduzido pela doutora Fernanda Peiter com orientação do professor Eduardo Lucena, foi apoiado pela Fapeal e pelo CNPq, por meio do programa Jovens Doutores.

A proposta, finalizada em fevereiro de 2025, desenvolveu um reator anaeróbio automatizado, capaz de produzir bio-hidrogênio a partir da codigestão da vinhaça com melaço. O diferencial da pesquisa está no monitoramento automatizado em tempo real, o que aumenta a eficiência do processo e permite o uso de ferramentas como inteligência artificial para prever e otimizar resultados.

“O que antes era considerado resíduo poluente agora se torna uma solução energética sustentável. A vinhaça, em excesso, pode contaminar o solo e os lençóis freáticos. Com o nosso sistema, além de evitar esse impacto, transformamos esse material em gás com emissão zero de carbono”, explicou Fernanda.

Além do gás hidrogênio, o processo também gera etanol e ácidos orgânicos com valor comercial. A vinhaça tratada pode continuar sendo usada como biofertilizante, mas agora com menor carga poluente. É uma “solução dupla”, segundo a pesquisadora, pois alia produção de energia limpa à redução de impactos ambientais.

O coordenador do projeto, professor Eduardo Lucena, destacou a relevância do trabalho para a agroindústria alagoana. “A proposta agora é buscar parcerias com usinas que já produzem biogás a partir da vinhaça e acoplar esse sistema para obter o biohitano — um gás com maior poder de combustão, útil na geração elétrica”, afirmou.

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Controle Ambiental da Ufal, com participação de pós-graduandos. A mestranda Karla Machado ressaltou a importância da vivência prática: “Pudemos ver o impacto real de cada variável no desempenho do reator. É uma experiência de campo valiosa”.

O projeto também teve impacto na formação acadêmica e científica da própria Fernanda Peiter, que agora busca consolidar sua atuação como pesquisadora em instituições alagoanas, unindo excelência acadêmica à inovação tecnológica com impacto regional.

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