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No mesmo dia em que entrou em vigor a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, a Taurus confirmou o início da transferência de parte de sua linha de montagem para território americano. A mudança, focada na produção da linha G de pistolas, busca preservar a competitividade da marca no seu maior mercado consumidor.
Detalhes da transferência e impacto na produção
A linha G será a primeira a deixar a planta de São Leopoldo (RS) para ser montada em solo norte-americano. Segundo o CEO global, Salesio Nuhs, a nova linha nos EUA entrará em operação já em setembro, com capacidade inicial de 900 pistolas por dia. Em outubro, a produção deve chegar a 1.100 unidades diárias, alcançando 1.330 unidades em novembro.
Atualmente, a fábrica gaúcha produz cerca de 2.100 pistolas por dia, e a mudança representa uma redução significativa no volume local. Embora a Taurus afirme que continuará produzindo no Brasil, a transferência sinaliza uma reestruturação estratégica da operação para reduzir a exposição às tarifas americanas.
Estratégias para mitigar tarifas e preservar competitividade
Além da montagem completa em território americano, a Taurus continuará exportando componentes para os EUA, o que significa pagar tarifas sobre partes e não sobre o produto final — uma alternativa mais econômica frente à taxa de 50%.
A empresa também se antecipou ao cenário, criando estoques de segurança nos EUA desde abril, suficientes para abastecer o mercado por 90 dias. Essa abordagem garante que a marca não perca espaço para concorrentes enquanto a nova linha de montagem é implementada.
Consequências econômicas e sociais no Rio Grande do Sul
A mudança pode gerar queda de 30% no faturamento da unidade de São Leopoldo, com impacto direto na arrecadação de ICMS para o município. A Taurus já admite a possibilidade de demissões, embora ainda não tenha divulgado números, e cogita medidas como férias coletivas e suspensão de reajustes salariais.
Para aliviar os efeitos, a empresa solicitou ao governo gaúcho a antecipação de créditos de ICMS e mantém diálogo com autoridades estaduais, federais e representantes da embaixada dos EUA, em busca de ajustes fiscais que preservem parte da produção nacional.
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