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Em um cenário global cada vez mais multipolar, Brasil, Emirados Árabes Unidos e Turquia uniram capacidades industriais e tecnológicas para desenvolver os mísseis antinavio MANSUP e MANSUP-ER. Mais do que um projeto de armamento, a parceria trilateral representa um salto de soberania para a Marinha do Brasil e inaugura um novo paradigma de cooperação Sul-Sul em defesa.
Capacidades e diferenciais tecnológicos
O MANSUP (Míssil Antinavio de Superfície) e sua versão de alcance estendido MANSUP-ER são sistemas de armas de última geração projetados para neutralizar ameaças navais a longas distâncias. A versão ER, equipada com o motor turbojato KTJ-3200 da turca Kale Jet Engines, oferece maior autonomia e velocidade sustentada, mantendo baixo consumo específico de combustível e elevada relação empuxo-peso.
Além da propulsão, a turca Repkon contribui com a tecnologia flowforming para a produção de cascos metálicos cilíndricos extremamente resistentes e leves, vitais para a aerodinâmica e integridade estrutural. No Brasil, a SIATT lidera a integração de sistemas e a montagem final, enquanto o grupo EDGE dos Emirados fornece financiamento e acesso a mercados internacionais.
Impacto industrial e transferência de tecnologia
A parceria não se limita ao fornecimento de componentes: envolve transferência gradual de tecnologia, permitindo que o Brasil absorva conhecimento para manutenção, montagem e eventual produção licenciada dos motores no território nacional. Esse movimento fortalece a Base Industrial de Defesa (BID), abre novas frentes para a indústria metalúrgica e cria oportunidades para empresas brasileiras participarem de cadeias globais de suprimento.
A cooperação também gera empregos altamente qualificados e estimula a inovação local. Técnicos e engenheiros brasileiros já participam de treinamentos e programas conjuntos com especialistas turcos e emiradenses, consolidando um fluxo de conhecimento que pode ser replicado em futuros projetos estratégicos.
Novo eixo geopolítico na defesa
Ao unir Brasil, Emirados e Turquia, o programa MANSUP inaugura um eixo de cooperação Sul-Sul que desafia o domínio tradicional de fornecedores da Europa e dos EUA no setor de defesa. Para o Brasil, significa soberania e capacidade de dissuasão marítima com tecnologia própria; para a Turquia, é uma vitória geopolítica que abre o mercado latino-americano; e para os Emirados, um investimento que diversifica suas alianças e amplia sua presença global.
No cenário naval regional, o MANSUP e o MANSUP-ER reforçam as capacidades de negação de área (A2/AD) da Marinha do Brasil, potencialmente alterando o equilíbrio de forças no Atlântico Sul. Globalmente, o projeto é um exemplo concreto de como países emergentes podem desenvolver sistemas de armas complexos sem depender de potências tradicionais, criando novas rotas para a inovação e o comércio de defesa.
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