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quarta-feira, julho 30, 2025

Uneal realiza colação de grau histórica com 212 indígenas de 12 etnias alagoanas

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Em um momento inédito no Brasil, a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) promove, nesta quinta-feira (1º de agosto), a colação de grau coletiva de 212 estudantes indígenas, formando a primeira grande turma do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (CLIND). A cerimônia ocorrerá às 11h no Centro de Convenções de Maceió, com a presença de lideranças indígenas, autoridades estaduais e representantes acadêmicos.

A formatura reúne alunos de 12 das 13 etnias indígenas do estado, representando os povos Wassu-Cocal, Xucuru-Kariri, Tingui-Botó, Karapotó Plaki-ô, Karapotó Terra Nova, Aconã, Kariri-Xocó, Jiripankó, Katokinn, Karuazu, Kalankó e Koiupanká, vindos dos quatro polos de formação: Agreste, Baixo São Francisco, Sertão e Zona da Mata. As licenciaturas abrangem as áreas de Geografia, História, Letras, Pedagogia e Matemática.

O CLIND, criado para formar professores indígenas atuando em suas próprias comunidades, foi desenvolvido pela Uneal em Palmeira dos Índios, com financiamento do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) e apoio do Governo de Alagoas. A formação respeita as culturas, línguas e modos de vida tradicionais, promovendo um modelo de ensino intercultural, inclusivo e transformador.

Para o reitor da Uneal, Odilon Máximo de Morais, o curso representa um avanço na reparação histórica com os povos originários. “Formar mais de 200 indígenas é mostrar o potencial da universidade pública quando ela se compromete com a justiça social”, afirmou. Já o vice-reitor, Anderson Barros, destacou o caráter simbólico do momento: “A universidade foi até os povos e os ouviu. Essa conquista é de todos”.

A cerimônia será marcada por rituais, cantos e o uso de adornos tradicionais, reforçando o pertencimento e a ancestralidade dos formandos. Para o estudante João Paulo de Jesus dos Santos, do povo Jiripankó, o diploma vai além da formação acadêmica: “Somos sementes que já começaram a florescer. Levamos o conhecimento com dignidade, coragem e afeto”.

A realização do CLIND contou ainda com o apoio de políticas públicas voltadas à permanência estudantil, como o Programa Primeiro Emprego Indígena, garantindo renda e suporte aos alunos ao longo da graduação. A coordenadora do curso, professora Iraci Nobre, reforçou: “Nada disso teria sido possível sem o envolvimento direto das comunidades, prefeituras e órgãos estaduais. Foi uma construção coletiva e afetiva”.

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