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terça-feira, julho 29, 2025

EP. 5 — O Que é Radioamadorismo e Por Que Isso Importa

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Luiz Camões
Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano militar e ex-integrante de unidades especiais, com sólida atuação na cobertura de atividades das Forças Armadas brasileiras. Possui formação complementar em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares, realizados pelo Exército Brasileiro em diferentes biomas, além de capacitações no COPPAZNAV (Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltadas à cobertura em áreas de conflito. Atualmente aplica seus conhecimentos técnicos na produção de conteúdos jornalísticos realistas e acessíveis sobre o ambiente operacional das tropas, contribuindo para a valorização e compreensão da importância das Forças Armadas pelo público civil. Em 2011, deixou os registros de lado para atuar diretamente no desastre da Região Serrana do RJ, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro-RJ. Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e Defesa em Foco, é responsável por reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional.
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O radioamadorismo é mais do que um hobby técnico. É uma atividade reconhecida internacionalmente como serviço essencial à sociedade, com contribuições históricas em situações de emergência, catástrofes e integração social. No Brasil, o radioamadorismo é regulamentado pela Anatel e tem uma rica trajetória desde o início do século XX.

Do PX ao PY: A Diferença Está na Licença e nas Faixas

Diferente da Faixa do Cidadão (PX), o radioamador opera em faixas exclusivas atribuídas pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Os radioamadores são identificados por indicativos que começam com PY, PP, PU, ZV, ZZ, entre outros. Para operar legalmente, é necessário obter o COER — Certificado de Operador de Estação de Radioamador, obtido por meio de exame aplicado pela Anatel.

A História do Radioamadorismo no Brasil

O radioamadorismo chegou ao Brasil no início do século XX, acompanhando o desenvolvimento tecnológico mundial. Já em 1909, entusiastas brasileiros realizavam experimentos com telegrafia sem fio. Na década de 1920, surgem os primeiros clubes e estações reconhecidas. Durante a Segunda Guerra Mundial, radioamadores foram convocados a auxiliar na comunicação tática e emergencial.

Com a criação do DENTEL e, posteriormente, da Anatel, o radioamadorismo passou a ser normatizado. Hoje, a LABRE (Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão) representa oficialmente os radioamadores perante órgãos nacionais e internacionais, e integra a RENER (Rede Nacional de Emergência de Radioamadores).

Por que Importa: Utilidade em Emergências e Resiliência Comunitária

Radioamadores são treinados para operar sem depender da infraestrutura pública de comunicação. Com antenas simples, rádios alimentados por baterias ou painéis solares e conhecimento técnico, eles conseguem estabelecer contato regional, nacional e internacional mesmo em cenários de desastre.

Casos históricos mostram sua relevância:

  • Tragédia na Região Serrana do RJ (2011): quando a comunicação convencional colapsou, radioamadores auxiliaram nos resgates e na troca de informações entre localidades isoladas;
  • Colisão aérea Gol 1907 (2006): radioamadores participaram ativamente da localização dos destroços e coordenação com equipes de busca, transmitindo informações que ajudaram nas buscas em regiões de mata fechada.

Como Funciona a Estrutura PY

O radioamadorismo é dividido em três classes no Brasil:

  • Classe C (iniciante): acesso a faixas em VHF e HF com restrições;
  • Classe B (intermediária): permite mais faixas e modos digitais, exige conhecimento em telegrafia;
  • Classe A (avançada): acesso completo às faixas e modos, com permissão para maior potência e comunicações intercontinentais.

O exame da Anatel abrange três áreas:

  • Técnica: noções de eletrônica, propagação e antenas;
  • Regulamentação: leis e normas da Anatel;
  • Ética Operacional: disciplina, conduta e uso responsável do espectro.

Após a aprovação, o radioamador recebe seu indicativo e pode solicitar a licença de estação.

Equipamentos e Infraestrutura

O rádio mais comum entre iniciantes é o HT VHF (como o Baofeng UV-5R), mas há também transceptores multibanda, rádios de base, antenas direcionais e sistemas para modos digitais (APRS, FT8, SSTV). A alimentação pode vir de rede elétrica, nobreak, bateria de carro ou painéis solares.

Responsabilidade e Legalidade

Ser radioamador é assumir um compromisso com a comunicação ética, o apoio à comunidade e a preservação do espectro radioelétrico. Operar fora da lei ou em frequências não autorizadas é crime. Por isso, formar-se e manter-se atualizado é parte essencial da prática.

Um Papel Vital no Século XXI

Em tempos de vulnerabilidade digital, blackout de redes e desastres climáticos, o radioamadorismo volta a ser estratégico. Ele promove a autossuficiência comunicacional e fortalece laços entre cidadãos que se organizam para colaborar.

Mais do que um passatempo, o radioamadorismo é uma ferramenta de cidadania ativa, solidariedade técnica e defesa comunitária.

Editorial Defesa TV

Fontes de Consulta:
Regulamentos da Anatel, documentação da LABRE, relatos históricos e registros técnicos da RENER, LABRE-RJ, Ministério da Defesa e publicações técnicas da IARU.

Assinatura final:
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  • Jornalista especializado em Defesa e Segurança (MTB 37358/RJ), veterano das Forças Armadas e ex-integrante de unidades especiais, com ampla experiência na cobertura de operações militares, treinamentos e atividades estratégicas das Forças Armadas brasileiras. Sua atuação combina expertise técnico-operacional com sólida formação civil voltada à comunicação em ambientes de defesa, incluindo capacitações específicas em Estágios de Correspondente para Assuntos Militares realizados pelo Exército Brasileiro em diversos biomas do país, além de cursos no COPPAZNAV (Curso de Correspondente de Paz da Marinha do Brasil) e no CCOPAB (Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil), voltados à cobertura em áreas de conflito e operações de paz. É reconhecido por produzir conteúdos jornalísticos realistas, acessíveis e impactantes, contribuindo para a valorização institucional das Forças Armadas junto à sociedade civil. Em 2011, atuou diretamente na resposta ao desastre da Região Serrana do Rio de Janeiro, realizando mapeamentos e coordenando informações em áreas isoladas, o que lhe rendeu uma Moção de Reconhecimento da Câmara de Vereadores de Sumidouro (RJ). Foi agraciado com as Medalhas Amigo da Marinha, Mérito Veterano da Associação dos Veteranos da Força Aérea Brasileira (AVFAB) e Mérito Tamandaré, concedida pela Marinha do Brasil. Atualmente é Diretor de Conteúdo Audiovisual da Defesa TV e do Defesa em Foco, coordenando reportagens e documentários que aproximam a sociedade dos bastidores da Defesa Nacional com linguagem ética, técnica e engajadora.



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Fonte: DefesaTV

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