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Em discurso contundente na tribuna da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Cabo Bebeto (PL) fez um apelo por mais atenção à saúde mental dos agentes de segurança pública de Alagoas. O parlamentar destacou casos recentes de surtos psicológicos, episódios de violência doméstica e até suicídios, apontando a carga horária excessiva, turnos irregulares e baixa remuneração como agravantes da crise silenciosa que atinge a categoria.
“Policiais trabalham 48 horas seguidas em datas festivas, perdem Natais e Réveillons com suas famílias, convivem com a morte de colegas e ainda veem suas promoções sendo negligenciadas. Isso é desumano”, disse Bebeto. Ele criticou a omissão do Estado, que, segundo ele, tem abandonado os profissionais justamente quando mais precisam de suporte emocional e psicológico.
O deputado relatou um caso que ocorreu horas antes de sua fala, quando uma ocorrência de possível assalto em uma agência bancária na Ponta Verde acabou sendo um tentativa de suicídio de um policial militar. Em seguida, leu a carta de despedida do sargento João Paulo Freitas de Vasconcelos, que morreu aos 31 anos, evidenciando o sentimento de abandono vivenciado por muitos militares.
A comoção gerada levou o deputado Gilvan Barros Filho (MDB) a apresentar uma moção de pesar, acompanhada de manifestações de solidariedade dos deputados Cibele Moura (MDB) e Francisco Tenório (PP).
Cabo Bebeto também voltou a cobrar a execução dos recursos destinados à reforma do Centro Médico Hospitalar da PM, o Hospital Militar. “Há quatro anos direciono verba para essa obra. As emendas são aprovadas e sancionadas, mas nunca são executadas. Os policiais estão adoecendo e o Estado insiste em não ver”, criticou.
