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Durante a sessão ordinária realizada na terça-feira (20), os deputados estaduais Cabo Bebeto (PL) e Delegado Leonam (União Brasil) fizeram duras críticas ao Governo de Alagoas pelo envio de efetivo da Polícia Militar para conter uma manifestação pacífica de policiais civis, realizada na frente da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
O protesto foi organizado após quatro meses sem resposta de pedidos de reunião com o governo, segundo os parlamentares. A principal reivindicação da categoria é o pagamento da compensação financeira relativa ao aumento da carga horária de 30 para 40 horas semanais, direito já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Esses profissionais esperam desde 2019 e não são sequer recebidos. A manifestação foi pacífica, mas, mesmo assim, foi respondida com a presença de 40 policiais militares. Eu nunca vi isso em toda minha carreira. É uma atitude desproporcional e desrespeitosa”, declarou Cabo Bebeto, lembrando que, no mesmo dia da manifestação, cinco pessoas foram assassinadas em Estrela de Alagoas, onde o efetivo policial é de apenas três agentes.
O deputado Delegado Leonam reforçou o tom de indignação, afirmando que a presença da PM no protesto foi usada como forma de intimidação. Ele também denunciou que oito policiais civis foram submetidos a processo administrativo disciplinar e tiveram suas armas recolhidas por participarem da mobilização. “Fica aqui minha indignação. A tropa deveria ser enviada para combater o crime, e não para calar servidores que lutam por seus direitos”, afirmou.
Os parlamentares cobraram que o governador Paulo Dantas reveja a postura adotada e abra o diálogo com a categoria. Para ambos, a repressão não contribui para a resolução do impasse, apenas agrava o sentimento de desvalorização dos policiais civis.
